Corsan em Parobé: Quem tem poço artesiano pode ter que pagar por água que não usa?
Por: Parobé News
A cidade vizinha de Campo Bom está no centro de uma polêmica que serve de alerta para toda a região. A Corsan está notificando moradores com poços artesianos, levantando a grande questão: será que quem investiu para ter sua própria fonte de água vai, em breve, ter que pagar para a companhia?
Corsan | Poço Artesiano | Privatização | Direito do ConsumidorPublicado em 02/09/2025 às 17h30
Compartilhe...
A polêmica em Campo Bom ecoa em Parobé, levantando questões sobre o futuro da cobrança por água na cidade.
O caso veio à tona na Câmara de Vereadores de Campo Bom, onde a companhia foi convocada para dar explicações. A situação tem respaldo legal no Departamento de Recursos Hídricos (DRH) do Rio Grande do Sul, que restringe o uso de poços sem outorga em áreas já atendidas por rede de abastecimento. Isso cria um caminho para que a Corsan, e o Estado, possam cobrar por um serviço que, na prática, não está sendo utilizado.
A seriedade do tema levou à marcação de uma nova audiência pública em Campo Bom para o dia 17 de setembro, mas o debate já ecoa em Parobé, onde a mesma questão se impõe.
"A grande pergunta que os moradores de nossa cidade se fazem é: como ficariam as famílias que perfuraram seus próprios poços buscando autonomia e, principalmente, uma alternativa ao alto custo da conta de água? O município está preparado para lidar com uma medida tão polêmica? Haverá espaço para o diálogo e a mobilização popular antes que a cobrança se torne uma imposição?"
A situação em Campo Bom não é um caso isolado e, por uma série de fatores, a chance de que ela se repita aqui é muito alta.
Quatro Motivos para a Situação em Campo Bom Ecoar em Parobé:
- 1. A Lógica da Privatização: A Corsan, vendida em 2023 para o grupo Aegea, deixou de ser uma empresa estatal. A lógica agora é de mercado, com foco em maximizar a receita. Antes, a pressão era social e política; hoje, a busca por novas formas de ampliar a arrecadação é a tendência natural.
- 2. Apoio Legal: O DRH já possui normativas que dão suporte para a Corsan atuar. A restrição a poços sem outorga em locais com rede de abastecimento oferece o respaldo jurídico para a empresa avançar com a cobrança, mesmo que de forma indireta.
- 3. Parobé no Radar: Campo Bom funciona como um “balão de ensaio” para a Corsan. Se a medida for implementada lá, a probabilidade de ser replicada em outras cidades com contrato de concessão — como Parobé — é enorme. Empresas privadas buscam padronizar suas políticas para otimizar operações.
- 4. Cenário em Nossa Cidade: Parobé é cliente da Corsan. Juridicamente e operacionalmente, não há barreiras para que a mesma situação seja aplicada aqui. A menos que haja uma forte e precoce mobilização popular, junto com a atuação de lideranças políticas na Câmara de Vereadores e no Executivo Municipal, a cobrança pode se tornar uma realidade.
A discussão já começou na cidade vizinha. A pergunta que não quer calar é: quando chegar a nossa vez, estaremos prontos para enfrentá-la?
Outras Notícias e Artigos Relacionados:
- Política e Sociedade: As implicações da privatização de serviços essenciais.
- Meio Ambiente: A importância da gestão de recursos hídricos e poços artesianos.
- Economia Local: Como a alta nas contas pode afetar o orçamento das famílias.