Termômetro Grêmio | Inter: A Dupla Gaúcha em Análise — Por Andrei Ávila
Análise detalhada do desempenho recente de Grêmio e Inter, abordando aspectos técnicos, táticos e perspectivas futuras dos clubes. Parobé News – Redação Esportiva
Futebol | Parobé NewsPublicado em 08/06/2025 às 17h00

No último fim de semana, o Grêmio saiu de campo fortalecido: venceu o Juventude por 2 a 0, em Caxias, alcançando confiança diante do Z-4. Já o Inter sofreu revés em casa: perdeu de 2 a 0 para o Fluminense, amargando a quinta rodada sem vitória no Brasileirão. Ambos os clubes – *históricos rivais gaúchos* – vêm oscilando entre lampejos de brilho e momentos de tensão. Enquanto o Grêmio luta para espantar a crise interna e ajustar o ataque, o Internacional conquista objetivos continentais mas tropeça no cenário nacional. A seguir, listamos as últimas quatro partidas oficiais de cada equipe, analisamos seus desempenhos técnicos-táticos, tendências recentes e perspectivas próximas, concluindo com uma comparação de momento e projeções futuras.

Nessas quatro partidas, o Grêmio conquistou três resultados positivos (incluindo classificação na Sul-Americana) e manteve a meta inviolada em três jogos seguidos. Sob o comando de Mano Menezes, a equipe demonstrou notável solidez defensiva: setores retrancados e compactos que quase não deixam brechas. Zagueiros como Kannemann foram “soberanos” nas disputas e quase ampliaram o placar com cabeçadas (uma bateu na trave). O recém-adaptado Gustavo Martins também se destacou com boa saída pelo lado direito (mesmo fazendo algumas faltas táticas). No meio, o volante Cristaldo liderou a contenção e cadenciou as jogadas, abrindo espaços com movimentação intensa. Essa consistência permitiu segurar rivais perigosos (Juventude e Bahia fizeram poucas finalizações certas) e culminou em três partidas sem sofrer gol.
Tecnicamente, porém, o setor ofensivo ainda oscila muito. No 1 a 0 sobre o Sportivo Luqueño (29/05), o Grêmio dominou o jogo mas pecou nas finalizações: David Arezo chegou a desperdiçar um pênalti no primeiro tempo, e só furou o bloqueio paraguaio aos 29’ da etapa final com um gol de oportunismo do jovem Riquelme (18 anos), que entrou no lugar e aproveitou rebote para matar o jogo. De maneira semelhante, contra o Bahia (25/05) apenas um pênalti – convertido por Braithwaite – garantiu o triunfo mínimo. A impressão é de que o Grêmio cria oportunidades, mas sem qualidade: “faltou qualidade para atacar”, observou a ESPN, que registrou apenas dois chutes à meta do Bahia por parte do Tricolor naquele jogo. Cruzeiro, Arezo, Olivera e Aravena tiveram participação discreta, e até o jovem Ronald (volante) deu trabalho com chutes potentes – um deles explodiu na trave. Em resumo, o ataque ainda não convence.
ANALISE DO COMENTARISTA ANDREI AVILA:
Entre as tendências recentes, destaca-se a melhora na segurança defensiva – três partidas com o gol zerado indicam evolução na marcação coordenada. Por outro lado, há uma queda no rendimento ofensivo e na criação: a dependência de bolas paradas e lampejos individuais expõe falta de criatividade no último terço. Não houve lesões graves recentes de destaque, mas a permanência de problemas no setor de frente (posicionamento, decisão) é foco de pressão externa. A tensão com a torcida aumentou após protestos no CT e nas arquibancadas – faixas cobravam mais “respeito” ao clube.

Nas próximas partidas, o Grêmio volta as atenções ao Brasileirão. No dia 12/06 enfrenta o Corinthians na Arena, num duelo complicado para manter a evolução tática. Mano Menezes já sinalizou que a transição entre competições tem sido difícil: “vai ser assim até as paradas”, ele admitiu, frisando que pretende aproveitar a parada de junho para “transformar” a produção do time. Ou seja, espera-se manutenção da base defensiva sólida (talvez com a mesma tática de três volantes usada contra o Bahia) e, finalmente, um salto de qualidade no ataque. Emocionalmente, o elenco terá que lidar com cobranças crescentes – a torcida exige mais pressão ofensiva e vitórias que aliviem a crise de confiança.
🌿 Internacional: Lampejos Continentais e Irregularidade Nacional
No último fim de semana, o Inter sofreu revés em casa: perdeu de 2 a 0 para o Fluminense, amargando a quinta rodada sem vitória no Brasileirão. No panorama geral, o Inter mostrou incidência de oscilações: vai bem no torneio continental, mas patina na liga nacional.
Desempenho Recente do Internacional
Clube / Aspecto | Desempenho Recente | Análise e Perspectivas |
---|---|---|
Grêmio |
|
Sob Mano Menezes, notável solidez defensiva (3 jogos sem sofrer gol). Ataque ainda oscila muito e peca nas finalizações (ex: pênalti desperdiçado por David Arezo, dependência de Riquelme). Expectativa de melhora ofensiva na parada de junho. |
Internacional |
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Vai bem na Libertadores (1º lugar do grupo, vitórias importantes com gols de Vitinho e Borré), mas patina na liga nacional (5 rodadas sem vitória). Oscilações em campo, com momentos de brilho (Gustavo Prado) e "apagões" no ataque. Precisa de mais consistência no Brasileirão. |
Comparativo Técnico | Grêmio: melhor momento defensivo e coesão tática. Inter: individualidades, mas com irregularidade tática. | Grêmio tem ligeira vantagem pela estabilidade defensiva. Inter, apesar das conquistas continentais, sofre com a inconsistência. |
Potencial de Evolução | Grêmio: depende de ajuste ofensivo de Mano. Inter: jovens como Gustavo Prado, mas peças mais experientes como Borré. | Grêmio com maior margem de evolução se o ataque se encaixar. Inter pode precisar de reforços pontuais para a consistência. |
Em Porto Alegre, diante do Fluminense, o time foi dominador no primeiro tempo mas não marcou; na etapa final sofreu dois gols (Serna e Paulo Baya) e não reagiu. O UOL observou que o Colorado “passou a maior parte do tempo só se defendendo” e teve dificuldade para criar – só finalizou pela primeira vez aos 24’ do 1º tempo. A derrota por 2 a 0 expôs carências ofensivas semelhantes às do Grêmio naquele jogo, com bolas mal trabalhadas no meio e fragilidade atrás no fim.
Em Recife (25/05), contra o Sport, o panorama inverteu: o adversário abriu 1 a 0 logo aos 7’ com Barletta, mas o Inter se reestruturou após os 17’. A equipe de Roger Machado passou a dominar a posse e progressão centralizada, explorando jogadas pelo meio-campo e até finalizações de longa distância, pressionando o goleiro rival. O lance de golaço do jogo veio do zagueiro Gustavo Prado (19 anos): aproveitando passe em profundidade, dominou na área e bateu no ângulo para empatar. O empate 1 a 1 demonstrou espírito de reação colorado, mas também que o ataque ainda volta e meia precisa do elemento surpresa (no caso, a “joia” Gustavo Prado).
A maior vitória recente do Inter veio na “final” contra o Bahia pela Libertadores (28/05), que classificou o time em 1º lugar do Grupo F. Mesmo sofrendo o gol de Jean Lucas, o Colorado virou ainda no primeiro tempo: Vitinho aproveitou pivô de Bruno Henrique e finalizou cruzado, e depois Borré virou de cabeça (a bola bateu na trave antes de entrar). Com Breno, Bruno e Alan Patrick articulando bem, o time mostrou competência para controlar o meio-campo e buscar gols – apesar de, formalmente, ter tido menor posse que o adversário nessa partida. Em suma, o Internacional exerceu pressão e aproveitou chances para confirmar presença nas oitavas da Libertadores (o que garante calendário cheio até julho).

No confronto de Copa do Brasil (22/05), diante do Maracanã-CE, o Colorado aplicou 3 a 0 (agregado de 6 a 0) e avançou de fase. O placar amplo aliviou um pouco a má fase no Campeonato Brasileiro, mas essa vitória foi contra time da Série C. No panorama geral, o Inter mostrou incidência de oscilações: vai bem no torneio continental (liderou o grupo e terá mata-mata em julho) mas patina na liga nacional, onde segue perto do Z-4. A defesa, que vinha recebendo pouca energia ofensiva do adversário na Copa, não repetiu a mesma solidez no Brasileirão – levou dois gols do Fluminense e um do Sport. No ataque, o aproveitamento de Borré e companhia alterna bons momentos (brilhante atuação contra o Bahia) e apagões (silêncio contra o Sport, sem dar sustos na Ilha).
Nas últimas quatro rodadas, o Inter venceu apenas um jogo (pela Libertadores) e empatou outro. Em Porto Alegre, diante do Fluminense, o time foi dominador no primeiro tempo mas não marcou; na etapa final sofreu dois gols (Serna e Paulo Baya) e não reagiu. O UOL observou que o Colorado “passou a maior parte do tempo só se defendendo” e teve dificuldade para criar – só finalizou pela primeira vez aos 24’ do 1º tempo. A derrota por 2 a 0 expôs carências ofensivas semelhantes às do Grêmio naquele jogo, com bolas mal trabalhadas no meio e fragilidade atrás no fim.
Em Recife (25/05), contra o Sport, o panorama inverteu: o adversário abriu 1 a 0 logo aos 7’ com Barletta, mas o Inter se reestruturou após os 17’. A equipe de Roger Machado passou a dominar a posse e progressão centralizada, explorando jogadas pelo meio-campo e até finalizações de longa distância, pressionando o goleiro rival. O lance de golaço do jogo veio do zagueiro Gustavo Prado (19 anos): aproveitando passe em profundidade, dominou na área e bateu no ângulo para empatar. O empate 1 a 1 demonstrou espírito de reação colorado, mas também que o ataque ainda volta e meia precisa do elemento surpresa (no caso, a “joia” Gustavo Prado).
A maior vitória recente do Inter veio na “final” contra o Bahia pela Libertadores (28/05), que classificou o time em 1º lugar do Grupo F. Mesmo sofrendo o gol de Jean Lucas, o Colorado virou ainda no primeiro tempo: Vitinho aproveitou pivô de Bruno Henrique e finalizou cruzado, e depois Borré virou de cabeça (a bola bateu na trave antes de entrar). Com Breno, Bruno e Alan Patrick articulando bem, o time mostrou competência para controlar o meio-campo e buscar gols – apesar de, formalmente, ter tido menor posse que o adversário nessa partida. Em suma, o Internacional exerceu pressão e aproveitou chances para confirmar presença nas oitavas da Libertadores (o que garante calendário cheio até julho).
No confronto de Copa do Brasil (22/05), diante do Maracanã-CE, o Colorado aplicou 3 a 0 (agregado de 6 a 0) e avançou de fase. O placar amplo aliviou um pouco a má fase no Campeonato Brasileiro, mas essa vitória foi contra time da Série C. No panorama geral, o Inter mostrou incidência de oscilações: vai bem no torneio continental (liderou o grupo e terá mata-mata em julho) mas patina na liga nacional, onde segue perto do Z-4. A defesa, que vinha recebendo pouca energia ofensiva do adversário na Copa, não repetiu a mesma solidez no Brasileirão – levou dois gols do Fluminense e um do Sport. No ataque, o aproveitamento de Borré e companhia alterna bons momentos (brilhante atuação contra o Bahia) e apagões (silêncio contra o Sport, sem dar sustos na Ilha).

📰 Comparação e Perspectivas Finais
No duelo de momentos técnicos, o Grêmio apresenta ligeira vantagem defensiva e coesão tática. Sob Mano Menezes, o Tricolor assimilou claramente sua filosofia: controla o jogo de forma organizada e tem mostrado “a melhor performance coletiva” desde sua chegada. A consistência defensiva do Grêmio – três jogos seguidos sem gol sofrido – indica mais estabilidade tática. Em contrapartida, o Inter, embora tenha brilhos individuais (a virada sobre o Bahia evidenciou eficiência), oscila mais quando pressionado no Brasileirão. Assim, considerando o panorama atual, podemos dizer que o Grêmio vive um momento técnico um pouco mais promissor, sobretudo pela solidez defensiva adquirida.
Quanto à consistência tática, novamente o Grêmio leva a dianteira. O Tricolor usa sistematicamente o mesmo esquema compacto e manteve um padrão de jogo nestas rodadas. No Inter, as alterações de postura – ora dominador ora reativo – refletem certa falta de ritmo definido em campo. A primeira vitória sobre o Bahia veio só na última partida de Libertadores, após uma campanha que já mostrava deficiência contra adversários internacionais. A irregularidade no Brasileirão (cinco jogos sem triunfo) reforça a imagem de menor consistência tática no time colorado.
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- Base Colorada e Tricolor O futuro dos clubes nas categorias de base.
- Desempenho no Brasileirão A luta de Grêmio e Inter na tabela do campeonato nacional.
Por fim, sobre potencial de evolução, ambos têm pontos a crescer. O Grêmio depende de uma melhora no setor ofensivo: se Mano conseguir “transformar” a produção do ataque (como prometeu) nos treinos, o time poderá subir de patamar. A base jovem – como o próprio Riquelme – também sugere ganho futuro. Já o Inter tem no jovem Gustavo Prado e no entrosamento de Roger aos poucos de encaixar um time competitivo. Contudo, a faixa etária avançada de peças como Borré pode limitar essa evolução técnica. Em tese, o Grêmio parece ter maior margem de evolução no curto prazo se seu treinador ajustar o setor ofensivo, enquanto o Inter pode precisar de contratações pontuais para reforçar a consistência.
Em suma: o Grêmio mostra melhor momento técnico e mais consistência tática (defensivamente organizado), enquanto o Internacional, apesar de conquistas recentes, sofre com irregularidade. Para o torcedor gaúcho, a batalha está aberta. Nas próximas rodadas, Mano e Roger terão de provar quem consegue imprimir sua filosofia de vez e levar o Tricolor ou o Colorado de volta à estabilidade – ou até sonhar mais alto.

Redação Esportiva - Parobé News
Edição Especial - 08/06/2025
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