Halloween de Parobé: O Caso Real de Vampirismo que Assustou a Cidade
Toda cidade tem sua lenda — mas algumas nascem de algo mais concreto do que boatos. Em Parobé, entre os ecos do vento e o farfalhar das árvores de outubro, há um caso que os moradores mais antigos ainda contam em voz baixa: o episódio de vampirismo registrado na antiga localidade da Alexandria, nos anos 1980.
Lenda Urbana | Mistério | Parobé Anos 80 |Publicado em 0710/2025 às 10h32
1. O estranho morador da Alexandria
Por respeito à memória dos envolvidos e conforme o artigo 20 do Código Civil Brasileiro, que assegura o direito à honra e à imagem de pessoas falecidas e de seus familiares, os nomes e locais exatos foram alterados.
O relato a seguir baseia-se em testemunhos de época e documentos preservados por moradores.
O homem era conhecido como José Filmman Bezerra. Viera da região das Missões, no Alto Uruguai, e se instalara em Parobé por volta de 1987. Reservado, pálido e de aparência frágil, Bezerra vivia sozinho. A casa, malcuidada, destoava das demais: o jardim seco, o portão enferrujado e as janelas sempre semiabertas, mesmo nas noites frias.

2. O bueiro das galinhas e o sumiço
Certa noite, em um bar próximo à antiga rodoviária, após algumas doses de bebida, Bezerra afirmou diante de testemunhas que bebia sangue de galinha como parte de um ritual pessoal de fortalecimento espiritual, mas que sentia vontade do Sangue Humano. Riram dele, acharam fanfarronice e conversa de fundo de Bar — até o cheiro aparecer.
Dias depois, um odor insuportável começou a sair de um bueiro na rua lateral de sua casa. Ao abrirem a tampa, os vizinhos encontraram cerca de dez galinhas mortas, com cortes precisos no pescoço. Poucos dias depois, Bezerra desapareceu repentinamente, deixando a casa trancada e sem dar satisfação ao proprietário.
3. O que ficou para trás e o vulto no cemitério
Quando o imóvel foi finalmente desocupado, o novo inquilino encontrou símbolos desenhados nas paredes, anotações com palavras em línguas desconhecidas e um quadro retratando uma cabra negra em posição ritualística. Pouco tempo antes de sua partida, uma viúva que morava nas proximidades relatou ter visto Bezerra deixando a casa durante a madrugada. Ele caminhava lentamente até o potreiro em frente, fazendo gestos estranhos e indecifráveis. Em um primeiro momento, a mulher acreditou que ele estivesse apenas se agachando para fazer suas necessidades, mas, de repente, o homem ergueu-se de forma abrupta e correu em direção à mata com uma agilidade incompatível com sua aparência magra e debilitada — como se, por instantes, tivesse recuperado os vigorosos dezoito anos que nunca aparentou ter.
Anos mais tarde, já nos anos 1990, moradores do Distrito de Pinhal afirmaram ter visto um homem muito semelhante a Bezerra caminhando entre os túmulos durante a madrugada. Nenhuma verificação formal foi feita.

4. O que poderia estar por trás disso?
Existem diversas interpretações possíveis. Alguns estudiosos de tradições populares afirmam que rituais com sangue de animais são práticas antigas, usadas como forma de “renovação energética”. De fato, em algumas regiões da Europa Central — especialmente na Romênia, Hungria e Sérvia — ainda existem grupos familiares que afirmam ser descendentes diretos de Vladys o Empalador (figura histórica que inspirou o mito de Drácula). Esses clãs preservam até hoje cerimônias simbólicas conhecidas como “vampirismo energético”, nas quais o ato de beber vinho escuro ou realizar rituais de transfusão simbólica representa a absorção de vitalidade e força espiritual.
No caso de Bezerra, há quem acredite que ele tenha interpretado esse tipo de prática de maneira literal. Por ser extremamente magro — quase esquelético, segundo relatos —, pode ter recebido de alguém a ideia de que o sangue, por conter altos níveis de ferro e hemoglobina, poderia fortalecer seu corpo debilitado. Assim, é possível que seu comportamento tenha nascido não de um impulso sombrio, mas de uma tentativa confusa e solitária de buscar vigor físico através de crenças distorcidas sobre o poder vital do sangue.

Entre o real e o simbólico
O caso jamais foi esclarecido. O nome de Bezerra se perdeu no tempo, a casa foi demolida e, hoje, o terreno é apenas uma travessia para crianças a caminho da escola. Ainda assim, o vento que sopra pela cidade parece guardar o que ninguém mais ousa lembrar.
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