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SANTA CRISTINA DO PINHAL: O Segredo Sombrio Que Ecoa Pelo Tempo

Com a Lei Áurea e a Proclamação da República em 1889 Houve uma reestruturação dentro da Igreja Católica no Brasil, especialmente no que diz respeito ao seu alinhamento com o novo regime. Naquela época, o padre da pequena comunidade do Pinhal, hoje distrito de Parobé, era o Cônego Manuel Rodrigues Coelho das Neves.

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13/03/2025 16h01

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O padre Manuel Rodrigues foi substituído por um padre cujo nome não se sabe ao certo, mas que é descrito no Livro da historia da igreja do RS do autor Arlindo rubert no Capítulo Cabido Catedralício como "o padre que se ausentou". Sabe-se que esse padre combatia ativamente, dentro e fora da igreja, os resquícios do sistema escravocrata, vistos como indesejáveis. Os fazendeiros e aristocratas locais não apenas o odiavam, como também tramaram contra ele e o humilharam publicamente.

Em determinado momento, o padre foi até o Rio dos Sinos (rio que corta o distrito), a cerca de 900 metros a oeste do rio, para lavar suas vestes por volta das 22h. Foi então que uma emboscada foi armada. Ele foi detido, teve as pernas amarradas e foi colocado em um caíque que ficava à beira do rio, utilizado pela comunidade para fins de pesca. Após amarrá-lo ao assento do caíque, de modo que ele só conseguia mover ligeiramente as mãos, mas sem alcançar o nível da água do rio, e além de torturar o jesuíta por várias horas, seus algozes teriam dito algo como: "Senhor padre, o senhor está convidado a se retirar da nossa comunidade." Os moradores locais sabiam que isso iria acontecer cedo ou tarde, mas temiam a Alta Estirpe, pois sabiam que a Elite possuía uma milícia armada.

Deixaram junto a ele uma pequena porção de pão seco e uma botija de vinho. Em seguida, soltaram o caíque, deixando-o seguir o curso natural do rio. O padre teria sido avistado por outros pescadores na altura do local onde hoje fica o Condomínio Malta, em São Leopoldo, a cerca de 70 km dali, ainda amarrado.

Na semana seguinte, ao retornar ao Pinhal para buscar seus últimos pertences, o padre tocou o sino da igreja para reunir os fiéis. Quando todos chegaram, ele declarou em voz alta: "Para sempre, a comunidade terá Pão e Vinho. No dia em que a comunidade de vocês se desenvolver, será sinal de que Deus não estava comigo."

Até os dias de hoje, o Pinhal, embora tenha potencial para crescer, nunca se desenvolveu além do que se vê atualmente. Existe uma crença popular na região de que qualquer negócio de alto padrão que tenta se instalar na comunidade acaba falindo em pouco tempo. Ainda que seja apenas uma lenda transmitida oralmente de geração em geração, parece que, simbolicamente, o Pinhal permanece preso aos emblemas de "pão e vinho", representado basicamente por: Padarias, mercados e bares.

-Wesley de Oliveira

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